quinta-feira, 10 de abril de 2008

Doenças


Existe um conjunto bastante variado de doenças que podem afectar o coração.
No entanto, as mais comuns e frequentes estão associadas à obstrução de vasos arteriais e venosos.

As doenças podem ser divididas em dois grandes grupos: as que são adquiridas durante a vida (às quais chamamos "Adquiridas") e as que já estão contidas na informação genética do indivíduo ("Congénitas"). Faremos, então, uma breve abordagem a cada um destes "tipos" de doença cardiovascular.




* Adquiridas

  • Doenças Coronárias Aterosclerótica
A aterosclerose é causada pelo estreitamento do lúmen das atérias, devido à acumulação e depósito de colesterol, outras substâncias e células no revestimento desses vasos.
Lentamente, a gordura e o colesterol começam por se acumular no sangue, originando microlesões. Posteriormente, formam-se os ateromas que evoluem para placas lipídicas, placas que engrossam as paredes arteriais, impedindo, deste modo, a circulação normal do sangue, o que reduz a corrente sanguínea.






  • Angina de peito

A angina de peito corresponde a uma insuficiência sanguínea, a nível do miocárdio, devido à presença de vasos obstruídos por aterosclerose. Deste modo, o paciente sofre de dores fortes na zona do peito, resultado de um acrescido esforço, por parte do coração que, apesar de não estar a receber sangue, está a bombeá-lo.


  • Enfarte do Miocárdio

(imagem fornecida pela professora Lina Carvalho, da Universidade de Coimbra)
O enfarte é comummente chamado de ataque cardíaco. Acontece devido à presença de ateromas nas artérias coronárias, que impedem a chegada de sangue arterial (rico em oxigénio) a uma parte do miocárdio, o que leva a um enfarte. Este acontecimento costuma ocorrer de forma repentina, sem aviso prévio. A localização da dor é muito semelhante à da angina de peito. No entanto, a primeira não desaparece facilmente, nem com descanso nem com repouso. Outros sinais de alerta são: transpiração excessiva, fraqueza e nalguns casos perda de consciência, consequência directa da falta do volume de sangue. Porque tudo isto interfere directamente com a sobrevivência do paciente, a rápida intervenção médica é determinante para a sobrevivência do indivíduo.




  • Trombose

Ao contrário do coágulo natural que se forma para evitar a perda de sangue na presença de uma ferida num vaso sanguineo, na arterosclerose os vasos já se encontram danificados, o que resulta numa predisposição para a formação de trombos quando ocorre a ruptura de uma placa de ateroma. Ao contrário da arterosclerose, na trombose formam-se coágulos que, em muitos casos, podem até viajar pela corrente sanguínea e instalar-se noutro sitio que não o inicial.



  • AVC

Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença provocada por um distúrbio na corrente sanguínea de uma parte do cérebro devido à oclusão ou à ruptura de um vaso sanguíneo. A interrupção da corrente sanguínea priva o cérebro de nutrientes e oxigénio, o que resulta na lesão das células na zona do cérebro afectada. O AVC pode ser hemorrágico, quando é causado por um rompimento de uma artéria do cérebro, ou isquémico, devendo-se este a uma insuficiência da corrente sanguínea até ao cerebro.


Os principais factores de risco para a manifestação de um AVC são: idade, patologia cardíaca, diabetes mellitus, heredietariedade, hipertensão arterial, tabaco, sedentarismo, elevada taxa de colesterol, excesso de peso e predisposição genética .


Os principais sinais de alerta são: dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente, dormência nos braços e nas pernas, dificuldade em falar e perda de equilibrio, perda repentina da visão num ou nos dois olhos, etc.
  • Insuficiência Cardíaca

O coração é um músculo formado por duas metades, a direita e a esquerda. Quando uma dessas cavidades falha como bomba, não sendo capaz de enviar adiante todo o sangue que recebe, dizemos que há insuficiência cardíaca. A Insuficiência Cardíaca (IC) não é uma doença do coração por si só. É uma incapacidade do coração efectuar as suas funções de forma adequada como consequência de outras enfermidades, do próprio coração ou de outros órgãos.

Existem a Insuficiência Cardíaca Aguda (ICA) e a Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC). A Insuficiência Cardíaca Aguda é um acontecimento súbito e catastrófico, que ocorre devido a qualquer situação que torne o coração incapaz de uma acção eficaz. Geralmente, a Insuficiência Cardíaca Aguda é consequente a um enfarte do miocárdio, ou a uma arritmia severa do coração. Existem ainda as Insuficiências Cardíacas Agudas provocadas por doenças não cardíacas. Exemplos delas são a hemorragia severa, o traumatismo cerebral grave e o choque elétrico de alta voltagem. A Insuficiência Cardíaca Aguda é uma situação grave, que exige tratamento médico com rapidez e, mesmo assim, é, muitas vezes, fatal.

  • Arritmias

Arritmia cardíaca é o nome genérico dado às diversas perturbações que alteram a frequência e/ou o ritmo dos batimentos cardíacos. As arritmias podem levar à morte e constituir, por isso, um caso de emergência médica. A maior parte delas é, no entanto, inofensiva. O nódulo sinusal, na aurícula direita, é um grupo de células que regula esses batimentos através de impulsos eléctricos que estimulam a contracção do miocárdio. Quando esses impulsos eléctricos são emitidos de forma irregular ou conduzidos de forma deficiente, pode ocorrer arritmia cardíaca. Esta pode ser caracterizada por ritmos excessivamente rápidos (taquicardia), lentos (bradicardia) ou apenas irregulares.



Na imagem que se segue poderá observar como todas estas patologias (acima referidas) estão interligadas.






* Congénitas



As doenças congénitas são defeitos que ocorrem na vida intra-uterina. A criança pode nascer, por exemplo, com comunicação interatrial ou intraventricular, com falta de uma ou mais válvulas ou com um lado do coração hipodesenvolvido. São as chamadas cardiopatias congénitas que, muitas vezes, se exteriorizam no nascimento e que hoje podem ser detectadas ainda no útero da mãe pela ecocardiografia fetal.

  • Cardiopatia congénita

É a doença caracterizada por uma anormalidade da estrutura ou função do coração, que está presente no nascimento, mesmo que descoberta muito mais tarde. Ocorre por uma alteração no desenvolvimento embrionário de uma estrutura cardíaca normal. As alterações do fluxo sanguíneo, resultantes desta falha, podem influenciar o desenvolvimento estrutural e funcional do restante sistema circulatório. Situações como a Síndrome de pré-excitação ventricular ou as fases iniciais de uma Cardiopatia hipertrófica, podem passar completamente despercebidas nos primeiros anos de vida e mesmo assim podem ser classificadas como cardiopatias congénitas.


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